Degustar é a arte de analisar e apreciar todas as nuances da composição dos alimentos utilizando-se dos sentidos naturais do se humano. Uma degustação pode ser objeto de deleite pelo prazer que se sente ao degustar uma comida ou a bebida de boas qualidades organolépticas, deixando deixando de ser algo apenas nutritivo. Envolve arte, beleza, esmero e refinamento. | |
A cavidade bucal é uma das regiões do corpo mais dotada de irrigação sangüínea e sensores físicos. Comunica-se internamente com a cavidade nasal, assim aquilo que sentimos do alimento é um conjunto de sensações gustativas e olfativas. O gosto é função das papilas gustativas e permite ao indivíduo selecionar seu alimento. Há pelo menos 4 sensações primárias de gosto: ácido, salgado, doce e amargo e alguns autores põe ainda outras duas – o gosto alcalino e o metálico. Na ponta da língua estão localizadas as papilas sensíveis ao doce, nas laterais as sensíveis ao ácido, na parte posterior aquelas sensíveis ao amargo e em toda a língua sente-se o sabor salgado. Curioso é o fato de que muito daquilo que sentimos como gosto é na verdade olfato. E de fato na degustação de vinhos está o olfato como mestre das sensações, aliado à uma característica ancestral de memória para odores muito poderosa e capaz de causar as mais diversas manifestações afetivas. | |
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Na parte mais interna do nariz existe uma região onde estão situados os sensores olfativos que nos seres humanos são menos sensíveis que na maioria dos animais inferiores. O olfato está em primeiro lugar na degustação porque 90% daquilo que dizemos ser gosto é na verdade uma sensação olfativa. O olfato tem uma característica de adaptação, ou seja, quando estamos inalando ar perfumado, com o tempo perdemos a sensibilidade para aquele perfume. Segundo estudiosos essa adaptação é feita pelo cérebro de modo a evitar desconforto ao indivíduo exposto por muito tempo a um certo odor. Devido a essa característica de adaptação aos odores é que é bom que se tenha algum outro para comparação. A água é muito importante em uma degustação pois leva as papilas gustativas e retira o restante do vinho bebido para novamente se possa sentir as nuances do vinho. O pão com pouco ou nenhum sal também é importante, sua função é similar a da água na troca do paladar para um novo gole de vinho ou quando se vai degustar outro vinho diferente. O olfato é automaticamente ajustado para a substância que se está degustando e por isso se renova juntamente com o gosto. | |
A análise sensorial é a técnica de identificação e medição da qualidade - boa ou má – dos alimentos e das bebidas. Essa análise é subjetiva pois cada indivíduo (provador) tem sensações distintas ao provar um mesmo vinho e a veracidade de sua opinião não pode ser contestada a não ser pela força de uma média estabelecida pelo exame de outros degustadores e aqui entra a estatística e o fato de que a Análise Sensorial deve ser sempre um evento coletivo implementada por delineamentos estatísticos. A indústria procura bons degustadores, pois deles depende seu vinho, sendo uma profissão bem remunerada no mundo todo, devido também a certos sacrifícios como não usar produtos cosméticos aromatizados, não fumar, não comer certos alimentos artificializados e até não beber, apenas provar o vinho e cuspi-lo para fora. Sendo que o nosso paladar muda com as condições de saúde, com aquilo que comemos, com o sono e até com nosso humor, os degustadores preferem ainda as horas finais da manhã pois é nesse momento que o paladar está mais desperto. | |
São observadas a transparência, limpidez e a cor do vinho que a seguir descrevemos: Transparência Pode variar com a limpidez e a cor do vinho. Um vinho translúcido causa melhor impressão do que um que seja mais opaco, pois prova que o processo de fabricação foi melhor sucedido e demonstra um vinho saudável. Nos vinhos tintos a transparência é menor sendo esta uma característica. Limpidez Esta é notada pela característica cristalina do vinho, brilho, ausência de material em suspensão ou depósito , vinho bem tratado e bem guardado. Cor A cor dos vinhos muda com o tempo e pode-se ter uma idéia da idade de um vinho ou se ele foi bem armazenado somente observando-se a sua cor. Os vinhos podem variar muito de cor, por exemplo o branco pode ficar com tons leves azulados, verdes, amarelo palha, dourado ou até claro como a água. Este pode ficar amarelado com o tempo e em cetros vinhos isto mostra envelhecimento indesejado e consequentemente perda de qualidade. Nos tintos temos tonalidades que vão do rosé fraco até os tintos mais fortes e pouco transparentes. A cor do vinho varia com cada tipo de vinho elaborado e pode variar ainda de garrafa para garrafa. Um pouco mais velhos, os tintos podem ter uma cor vermelho rubi e quando já em estágio de envelhecimento tendem ao vermelho tijolo ou em certos casos tonalidades de marrom o que às vezes marca um vinho já passado. | |
Por este exame pode-se saber das qualidades dos vinhos ou os defeitos antes de ser bebido. Os aromas podem ser divididos em primários, secundários e terciários: Aromas Primários: aqueles próprios da uva que originou o vinho. Aromas Secundários: aqueles atribuídos pela fermentação do mosto e que variam grandemente com as diferentes técnicas enológicas aplicadas. Aromas Terciários: este só presente nos vinhos tintos envelhecidos, adquiridos pela fase oxidativa do vinho nos tonéis de madeira, onde a preferência é pelo carvalho, e pelo envelhecimento nas garrafas. Nas sensações olfativas encontramos a primeira impressão que nos diz se o vinho é agradável, normal ou desagradável e nos aromas verificamos: Qualidade: fino, distinto, agradável, grosseiro, desagradável. Características: promário, secundário, frutado, floral, vegetal, animal, envelhecido, madeirizado. Persistência: longa, média, curta. O exame olfativo requer muita prática capacidade imaginativa para associar os aromas do vinho aos aromas encontrados na nossa vida diária e assim classificá-los, mais nobres ou menos nobres conforme a associação que se faz. | |
É no exame gustativo que o vinho vai expressar finalmente as suas qualidades ou defeitos e vai mostrar a sai personalidade. A sensação gustativa nos dá a idéia do conteúdo em acidez, do equilíbrio dos componentes, noção do corpo, da viscosidade, do conteúdo em álcool e uma série de outras sensações que na verdade são olfato-gustativas. Como primeira impressão devemos observar se ele é agradável, normal ou desagradável. Depois analisar os sabores e as sansações originais: Doce: Açúcar: licoroso, açucarado, doce, suava, secoGlicerina e Álcool: brando, oleoso, aveludado, grosseiro, áspero. Ácidos - Excesso: ácido, áspero, picante, nervoso, acídulo. Equilíbrio: fresco, vivo, saboroso, suave. Falta: plano, chato, mole. Corpo: - Álcool: generoso, potente, suficiente, ligeiro. Consistência: encorporado, gordo, redondo, cheio, fino, fraco. Taninos: rico/bom – insuficiente, adstringente, amargo. |
Sabores Adquiridos ou Acidentais Doenças: acético, lático, volta, amargo, casse.Acidentais: pobre, mofo, madeira, borra, rolha, metal, sulfidreto, herbáceo. Impressão Final Equilíbrio: harmônico, amplo, correto, enganador, desarmônico.Retrogosto: bom, manso, desagradável estável, instável.
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